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Americanas: Crise e Direito do Trabalhador

Por Luiz Carlos Motta

Em menos de uma semana, entidades sindicais mobilizadas pela defesa dos direitos dos trabalhadores das Lojas Americanas, em recuperação judicial, cumpriram duas importantes agendas: Videoconferência com cerca de 300 dirigentes, no último 24 de janeiro e o Encontro presencial com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, na capital paulista, na segunda-feira, 30.

Para a manhã desta sexta-feira, dia 3 de fevereiro, está programada uma terceira e igualmente importante agenda: Uma manifestação do conjunto unitário e solidário do movimento sindical, na Cinelândia, Rio de Janeiro, Estado sede da empresa, onde já há fortes rumores de demissões. É um momento histórico das lutas trabalhistas, porque este é considerado um dos maiores processos de recuperação empresarial do País.

Lojas abertas

O encontro com o ministro Marinho gerou uma nota assinada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), da qual sou presidente, Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (CONTRACS), UGT, CUT, CTB, CSB, Força Sindical e Nova Central.

A nota reforça que os culpados devem ser punidos, mas a atividade econômica, as empresas e os empregos preservados, independente das responsabilidades dos executivos, controladores e acionistas, ou seja, as lojas devem continuar funcionando para garantia dos empregos.

No texto, as entidades também solicitaram ao ministro que o Governo participe diretamente das negociações, com o objetivo de estabelecer o diálogo, neste processo, que ameaça 44 mil trabalhadores e suas famílias, além das empresas fornecedoras de produtos, que também estão vivendo dias de insegurança.

Estamos unidos e abertos ao diálogo e, ao mesmo tempo, colocando em alerta toda a estrutura sindical comerciária, com destaque aos nossos preparados departamentos jurídicos, que estão prontos para ter firme atuação junto à Justiça em todas as instâncias e, assim, defender empregos, salários e direitos.

Mesmo antes de minha posse para o segundo mandato como Deputado Federal, em 1º de fevereiro, reforcei as medidas anunciadas, semana passada, por mim, enquanto parlamentar. São elas:

1) Apresentar um Projeto de Lei que valorize a participação das entidades sindicais em todos os trâmites que cuidam da garantia dos direitos dos trabalhadores. A ideia é que haja uma alteração na Lei de Falências com a previsão de que os trabalhadores tenham prioridade entre os credores para receber seus direitos.

2) Assinar o pedido de instalação de uma CPI sobre o caso Americanas. O pedido é do Deputado André Fufuca (PP-MA).

3) Sugerir ao Governo Federal a criação de um Grupo de Acompanhamento da Crise.

4) Solicitar que o Ministério Público do Trabalho tome as devidas providências a fim de proteger o direito dos comerciários.

Diálogo

Estamos reforçando a necessidade de garantia dos empregos e dos direitos dos trabalhadores diretos e de centenas de milhares de trabalhadores de toda a rede de fornecedores. A situação é grave!

Já vimos este triste filme há alguns anos, protagonizado por várias empresas, como Mesbla e Mappin, que faliram deixando milhares de funcionários sem emprego e sem pagamento dos direitos trabalhistas.

Por isso, é importante o atendimento ao chamado para o ato nesta sexta-feira, no Rio. Toda a sociedade deve participar, porque a crise que hoje ameaça trabalhadores e fornecedores das Lojas Americanas, amanhã pode ocorrer com outras empresas.

Uma das saídas, na nossa avaliação, é um amplo diálogo com a participação de, no mínimo, quatro partes: representantes dos trabalhadores, Governo, Judiciário e empresa, mantendo sempre total transparência!



Luiz Carlos Motta é Deputado Federal (PL/SP) e Presidente da Fecomerciários e CNTC.

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